A preservação de mananciais, o tratamento e a reutilização da água, bem como o fornecimento de água para a agricultura, a indústria local e as comunidades são algumas das ações desenvolvidas pelas mineradoras de carvão mineral em se tratando de gestão sustentável dos recursos hídricos. Nesta semana, no dia 22 de março, foi celebrado mundialmente o Dia da Água e as iniciativas do setor reforçam o compromisso desenvolvimento do sul catarinense.
Água tratada é reutilizada no processo produtivo
Nas carboníferas, os efluentes provenientes da mineração de carvão são tratados por meio de processos físico-químicos, realizados nas Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs). A água tratada é reutilizada em equipamentos de subsolo, limpeza e banheiros. O efluente tratado que não é utilizado pelas empresas retorna para o meio ambiente com boa qualidade, em procedimento seguro, atendendo totalmente às exigências da legislação ambiental.
O engenheiro ambiental, Eduardo Gaidzinski Rabello, explica que, constantemente, a Carbonífera Catarinense busca otimizar o processo produtivo para reduzir o consumo de água, maximizando a reutilização do recurso.
“Em uma das unidades produtivas, por exemplo, não há o descarte de efluente. O circuito é fechado, ou seja, toda água é reaproveitada no processo”, sublinha.
Nas unidades da Indústria Carbonífera Rio Deserto, 100% da água utilizada no processo de extração e beneficiamento de carvão é proveniente do reaproveitamento do efluente tratado. “O cuidado com os recursos hídricos em geral está presente no dia a dia da empresa, inclusive na Política de Gestão. O fato de todo o efluente ser devidamente tratado na Estação de Tratamento e toda a água utilizada no processo produtivo ser proveniente de reaproveitamento do efluente tratado, demonstra a transformação do modo de utilização da água”, ressalta o coordenador ambiental da empresa, engenheiro Felipe Medeiros Bertoncini.
Disponibilização de água para as comunidades
Além da reutilização da água nos processos produtivos, as carboníferas também contribuem com as comunidades, fornecendo água de qualidade.
Na Unidade de Extração Mina 101, da Rio Deserto, localizada em Içara, a água tratada proveniente da mineração de carvão é reaproveitada também na agricultura e indústria local.
“Como a área do entorno é constituída por plantações de arroz, a Rio Deserto passou a contribuir com a agricultura, sendo que as áreas de cultivo de arroz foram ampliadas. A indústria local também passou a utilizar a água tratada proveniente da mineração no processo produtivo. Atualmente, mais empresas localizadas no entorno da mina estão buscando utilizar a água tratada em seus processos”, explica Bertoncini.
A Carbonífera Metropolitana é outro exemplo de apoio às comunidades do entorno. A empresa capta e distribui água gratuitamente para as comunidades de Brasília e Guanabara, no município de Treviso.
“A captação ocorre no Rio Mãe Luzia e atende, aproximadamente, 35 famílias”, destaca o engenheiro ambiental da empresa, Tiago Meis Amboni.
Rios monitorados e retorno da fauna aquática
Quando aplicadas boas práticas de cuidados ambientais no processo de extração de carvão mineral, observa-se que o mesmo não interfere no comportamento dos recursos hídricos locais. Essa conclusão é resultado de monitoramentos contínuos realizados pelas empresas mineradoras.
O engenheiro ambiental da Carbonífera Metropolitana, Tiago Meis Amboni, explica que, tanto no monitoramento ambiental da empresa como no monitoramento geral da bacia carbonífera, os resultados positivos são expressivos, sendo observado, inclusive, o retorno da fauna aquática em trechos de rios que, antigamente, eram poluídos.
“A empresa mantém um programa de monitoramento ambiental em alguns rios, em especial no Rio Mãe Luzia, local onde a unidade principal da empresa está inserida. Esse monitoramento visa acompanhar a evolução da qualidade da água”, justifica.
No caso da Carbonífera Catarinense, localizada no município de Lauro Müller, as duas unidades de produção da empresa estão próximas ao Rio Rocinha, um dos formadores do Rio Tubarão.
“Desde que a empresa iniciou suas atividades em Lauro Müller, há 20 anos, todas as ações realizadas de controle operacional e remoção de rejeitos das margens do rio resultaram em uma redução de 90% na carga de acidez”, sublinha o engenheiro ambiental, Eduardo Gaidzinski Rabello.
O coordenador ambiental da Rio Deserto, engenheiro Felipe Medeiros Bertoncini, reforça que os rios existentes no entorno das unidades são continuamente monitorados, com o objetivo de evidenciar que a atividade desenvolvida não está causando impactos negativos no local.
“As recuperações ambientais realizadas na região carbonífera ao longo dos últimos anos também vem contribuindo para a melhoria geral da qualidade dos rios”, finaliza.